terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A odisseia de marcar viagens com crianças…

Hoje falo de um problema que afeta praticamente todos os que viajam em família com crianças. Infelizmente o tempo passa e continua ser muito complicado para quem viaja com crianças. Não consigo perceber, como é que a maioria dos hotéis quando planifica a sua estratégia de vendas, se esquece que há pessoas que têm filhos…e que viajam…será que há assim tão poucas famílias no mundo que viajam com os filhos???

Continuo a assistir em diversos fóruns, seja na internet, seja nas minhas relações pessoais, a uma incompreensão e dificuldade em conseguir marcar férias com crianças, isto porque a maioria dos hotéis, só está praticamente formatada para vender quartos duplos… O mercado mundial é o “quarto duplo” e o resto logo se vê, esta é a atitude do grosso da oferta hoteleira mundial…

Quando vamos por exemplo tentar marcar um quarto com duas crianças pequenas, com menos de 5 anos, surgem normalmente 4 hipóteses: em mais de 50% dos hotéis simplesmente não é possível sequer fazer qualquer reserva…, logo, eliminamos estes hotéis, depois temos cerca de 30% dos hotéis, que é possível fazer a reserva mas o preço do quarto é praticamente o dobro e pergunto será que o quarto não é o mesmo???, ou então os hotéis que nos colocam o rótulo de família e nos impingem automaticamente uma suite que nos vai sair a mais do dobro do preço de um quarto, em alguns casos este tipo de situação aceita-se até porque os quartos não têm dimensão para colocar 2 berços ou uma cama extra e um berço ou até 2 camas extras, mas não ficariam a ganhar os hotéis que tivessem uma solução para famílias estabilizada e com preços mais próximos de um quarto duplo???Por fim temos cerca de 20% dos hotéis, que querem ser competitivos no mercado de férias em família e permitem alojar pelo menos 2 crianças num quarto, sem custos adicionais ou com custos reduzidos.




Custa-me ver que, numa altura em que os mercados estão muito bem definidos e a competitividade é grande, há cerca de 80% de hotéis pelo mundo, que ainda não conseguem identificar mercados ou não sabem lidar com eles da melhor forma. Quando é que os hotéis vão perceber que são eles que se têm adaptar aos clientes (dentro do limite do bom senso, naturalmente) e não os clientes adaptar-se ao hotel. Estamos no negócio do laser, das férias, das viagens de negócios…a missão de um hotel é substituir a nossa casa oferecendo-nos uma experiência agradável, seja um resort ou um hotel de cidade, ele deve conseguir adaptar-se aos seus clientes e não criar entraves num rol interminável de regras.

O mesmo se passa numa qualquer agência de viagens ou operador, quando consultamos ou reservamos viagens em sites de internet, quando chegamos à parte das crianças, a informação que aparece habitualmente é “condições para crianças sobre consulta”, ou então só tem informação para 1 criança. Será que é assim tão difícil colocar a informação sobre as condições para crianças????

Felizmente há alguns operadores que já perceberam que há famílias que viajam e tentam adaptar a sua oferta a esta realidade, oferecendo descontos, num conceito já enraizado de “crianças grátis” ou só pagam x%, o que é mais estranho é que nem eles, nem agências de viagens, comunicação/promovem eficazmente esta situação, que está normalmente remetida para o catálogo geral de férias por zonas geográficas.

Gostava que de uma vez por todas, o número de hotéis que tivesse na sua oferta valores (e já agora competitivos!) para quartos com crianças deixasse de ser 20% e passasse a ser 80%, gostava também que as agências ou operadores anunciassem devidamente as condições para crianças e indicassem quando oferecem grandes descontos ou “crianças grátis”.

Vamos continuar a ser amadores e ignorar os vários mercados que existem ou vamos ficar todos a ganhar???

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Amankora




Hoje vamos até ao Butão, um pequeno país situado entre o planalto Tibetano e a Índia, que apresenta algumas das mais remotas e intocadas paisagens do nosso planeta. Como seria de esperar, a oferta hoteleira neste recanto do mundo quase feudal, é felizmente inexpressiva e realmente exclusiva. Até agora o Butão tem estado à margem das cadeias de hotéis internacionais, a excepção chama-se Aman Resort...s. Esta cadeia resolveu construir, perfeitamente integrados com a natureza onde se inserem, pequenos lodges espalhados por praticamente todo o país. Estes pequenos hotéis, tem meia dúzia de quartos e oferecem uma reclusão total com o mundo e um contacto com uma civilização com cerca de 500 anos de atraso. O Amankora, assim se chama esta unidade, reparte-se por remotas e pequenas aldeias e oferece aos seus hóspedes a possibilidade ir percorrendo todos as localizações onde está representado. A ideia aqui é precisamente fazer o circuito pelos vários lodges do Amancora e conhecer assim praticamente todo o país. Um conceito diferente, adaptado a um país diferente e em vias de extinção.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Nordic Light Estocolmo – O hotel das luzes



Não podia faltar um design hotel no país do design, a Suécia. O Nordic Light Hotel, fica em Estocolmo e tem uma característica única que não encontramos em mais nenhum hotel do mundo, a forma como é utilizada a luz para tudo. Seja para iluminar, criar ambiente ou até decorar, este hotel permite aos seus hóspedes brincar com as luzes no quarto, em função da sua vontade ou estado de espírito e acreditem que é uma experiência singular.

Luzes de diferentes cores e feitios estão presentes em todo o hotel, mas é nos quartos que elas ganham maior destaque para quem fica aqui hospedado, junto à cabeceira da cama, existem reguladores de luz, seja de intensidade, seja de cor, que nos permitem “pintar” o quarto da cor que queremos. É sem dúvida uma característica única e que assenta na perfeição a um hotel nesta cidade, é que Estocolmo é uma das cidades do mundo que menos horas solares tem por dia.

Mas o hotel não vive só da luz, a decoração dos espaços comuns é também surpreendente. Com um design invulgar, o hotel tem por exemplo uma sala de pequenos-almoços totalmente  branca e um lounge bar, totalmente preto, paredes,  chão e todo o mobiliário, que para além de serem da cor do espaço onde estão inseridos, apresentam também um design vanguardista.


O Nordic Light está muito bem localizado no centro da cidade, perto de todas as principais atracções e junto ao terminal de comboio directo para o aeroporto.

Com um staff jovem e simpático, o único aspecto que deixa algo a desejar é a casa de banho do quarto que poderia ser maior.


A experiência das luzes neste hotel, tem preços a partir dos 130€ por quarto.

Veja as fotos!

domingo, 27 de novembro de 2011

Aquafalls – O Gerês merece



Começam a surgir cada vez mais hotéis de luxo ou de charme, na região Norte e interior de Portugal. A aposta parece fazer sentido, num país que apesar da sua dimensão, ainda oferece em algumas zonas, bonitas paisagens e uma tranquilidade de outros tempos.

O Gerês continua a ser sem dúvida um ex-líbris da beleza natural nacional, pelo que era de estranhar o facto da oferta hoteleira ser manifestamente insuficiente para desfrutar da paz local.

Congratulo os investidores do hotel Aquafalls, por criarem nesta zona, uma unidade em perfeita conformidade com a região. Um espaço de bem estar, enquadrado com a paisagem e que permite desfrutar o Gerês da melhor forma.

O hotel é composto por 22 suites e 2 quartos, distribuídos por 11 bungalows e pelo edifício principal, todos eles com bonitas vistas para a serra e rio. As suites são espaçosas, confortáveis e modernas, condizentes com a classificação do hotel, 5 estrelas.

Para além da natureza, o hotel ainda oferece, um spa com piscina interior, piscina exterior, minigolfe, parque infantil e um court de ténis O restaurante tem uma vista fenomenal para rio Cávado, que nos faz querer passar o dia a contemplá-la. De realçar ainda os jardins, muito bem cuidados e que marcam toda a parte exterior do hotel.


O único espaço que está um pouco abaixo dos standards do hotel, é o spa, não me refiro aos tratamentos, mas sim à zona lúdica, que conta apenas com uma piscina interior bonita, mas para a fotografia, sem qualquer tipo de “extra” (jactos, jacuzzi), um sauna a temperatura ambiente, um banho turco fraco de vapores e com acabamentos feios e um pequeno ginásio. Fica aquém das expectativas, para um spa Sisley, que já foi considerado pela revista Tatler, em 2009, um dos 101 melhores spas do mundo…

Independentemente do spa, estamos efectivamente num hotel bem pensado e com boas infra-estruturas, pena o preço começar nos 120€ por noite por quarto…

Nota de 4 em 5 para este hotel, prejudicado pelo spa e pelo preço pouco flexível. Mas que ainda assim vale a visita, da mesma forma que o Gerês merece um espaço destes.



domingo, 20 de novembro de 2011

Hotel de la Paix - Boa noite Siem Reap


Depois do artigo sobre Siem Reap, no Camboja, faltava falar do hotel ideal para ficarmos durante a nossa estadia por estas terras.

O Hotel de la Paix é sem dúvida um dos melhores hotéis de Siem Reap e provavelmente a melhor escolha.
O primeiro argumento que me ocorre referir quando falo deste hotel, é que há pessoas que sabem fazer hotéis, que quando projectam e pensam fazer um investimento deste tipo, não estão apenas preocupados em números, na quantidade de quartos que o hotel vai ter e no conceito, um gancho que lhes garanta uma boa ocupação média. Estão de facto preocupados em ter um projecto de qualidade, em que todos os pormenores contem, mesmo aqueles que possam não lhes dar um retorno directo.

Começando pela localização, o hotel está na zona mais central e com mais vida da cidade, a poucas dezenas de metros, temos as principais ruas de restaurantes e bares, para além dos principais mercados diurnos e nocturnos. Já os templos obrigam a deslocações sempre de carro ou outro meio de transporte, uma vez que estão fora das zonas habitacionais.

Mas apesar de estarmos no meio da acção, o hotel permite uma reclusão total, funcionando com retiro perfeito ao mini caos que por vezes se sente nas principais ruas da cidade, ou ao calor extremo que nos acompanha sempre.

Voltando aos pormenores, o hotel define-se exactamente pelo cuidado em não deixar nada ao acaso, a combinação entre o conforto dos quartos e das áreas comuns com os detalhes de cada recanto deste espaço, faz com que nos sintamos agradecidos por alguém ter construído, um local tão cuidado para nosso usufruto.

O hotel combina a modernidade com o exotismo local, sempre com um carácter requintado, os quartos são amplos e contam com todas as facilidades que podemos desejar, incluindo um sistema de som próprio com Ipod, ou a opção entre um duche ou uma banheira com um sistema de água tipo cascata.

Nas áreas comuns temos uma piscina construída de forma a termos em algumas zonas recantos privados, que nos dá a sensação de termos a piscina só para nós, um spa com óptimas condições e um restaurante com design moderno e extremamente agradável, onde podemos jantar em mesas suspensas.

O hotel já foi alvo de várias distinções, entre elas o melhor hotel do Camboja pela revista Travel & Leisure em Junho de 2010 e o 2º lugar na Gold List da Conde Nast Travel em Janeiro de 2011.

     

domingo, 13 de novembro de 2011

Siem Reap - Templos perdidos




Quem não viu o Indiana Jones - E o Templo Perdido... O meu primeiro contacto com o filme no cinema, tinha seis anos, valeu-me uma semana de noites mal dormidas, mas compensou, da mesma forma como compensaram as várias horas de avião até Siem Reap.

Mas o que nos faz viajar mais de 10 mil km, para ver uns templos perdidos no meio da selva, num país ainda traumatizado pelas mais recentes guerras, a resposta é quase tudo. Os templos são o que nos leva lá, mas esta viagem é muito mais do que os templos, são as pessoas, é a paisagem, é o calor extremo, a ruralidade quase feudal e por fim o contraste entre todas estas coisas e o luxo que também é possível ter nesta selva.

Siem Reap é dos destinos que mais cresce em todo o mundo, ano após ano, e chegar lá já não é assim tão difícil, as principais capitais asiáticas tem ligações directas e a oferta hoteleira é das melhores que podemos encontrar. Mesmo em termos de preço, é hoje possível com cerca de mil e poucos euros voarmos e dormirmos uns dias neste destino. Mas atenção ninguém faz 10 mil km só para vir para aqui, esta é sem dúvida uma viagem para cruzar com outro destino nas redondezas, até porque 3 ou 4 dias em Siem Reap, são suficientes para encher o cartão da máquina fotográfica.




Obrigatório durante a estadia é estarmos acompanhados por um guia, e neste capítulo temos 4 hipóteses, marcar numa agência de cá, marcar o guia directamente na internet (há inúmeras páginas de guias certificados a oferecer os seus serviços), marcar no hotel à chegada (opção que tomei e que resultou bem) e ainda sermos guiados pelo taxista que nos leva do aeroporto para o hotel. No caso de ir sem transferes, fica a saber o que o taxista vai fazer tudo para ser o seu guia durante a estadia, é uma hipótese como as outras, mas apesar de tudo a melhor solução é ir com um guia certificado.

Mas o que mais nos toca nesta viagem são as pessoas, é normal sentirmo-nos tocados por pessoas culturalmente diferentes quando viajamos, mas aqui a combinação das raízes culturais, com o trauma das guerras civis e o distanciamento das civilizações mais evoluídas, permite-nos contactar com pessoas com realidades muito diferentes da nossa e com uma forma de estar surpreendente.
O país vale também pelas paisagens, durante as visitas aos templos ou outras atracções locais, estamos em permanente contacto com fantásticas paisagens rurais.




Relativamente aos templos, a oferta é ampla, à que visitar obrigatoriamente o complexo de Angkor Wat, e sugiro ainda uma subida pelo rio Tonle Sap Lake e uma ida ao templo do "Indiana Jones", onde foram gravadas algumas cenas do Indiana Jones - E o Templo perdido.

Quanto ao local onde devemos dormir e aproveitar o luxo que este destino também nos reserva, fica para um próximo artigo, porque merece um espaço próprio.





domingo, 6 de novembro de 2011

The Chedi - Uma pérola em Muscat


Não é certamente o primeiro sítio que nos vem à cabeça quando pensamos numas férias de praia. Mas começam a surgir cada vez mais propostas de férias deste tipo, no Médio Oriente. Depois da explosão hoteleira no Dubai, novos destinos nascem por toda a Península Arábica. Omã é um dos que mais tem tentado seguir as pisadas do vizinho, tornando-se cada vez mais como destino alternativo de férias na região. Ali perto da capital de Omã, Muscat, surgiu já há alguns anos o hotel The Chedi. No meio de uma paisagem agreste e rodeado de montanhas áridas, este hotel foi concebido para ser um resort exclusivo de praia e de fácil acesso à cidade de Muscat.


O hotel pretende ser um espaço de tranquilidade e conforto, com acesso a uma praia privada, num cenário fora do comum. Pode servir também, como a base ideal para explorar as atracções mais próximas, como a grande mesquita de Omã ou o mercado de Muscat.

O The Chedi faz parte da cadeia GHM e já ganhou alguns prémios internacionais, nomeadamente, o prémio de excelência da revista Wine Spectator.

domingo, 30 de outubro de 2011

A Meca dos portugueses





Se os muçulmanos têm Meca, os portugueses têm o Pico. Não é minha intenção misturar um local de fé obrigatório para os muçulmanos, com um local onde simplesmente devemos ir nem que seja uma vez na vida por prazer. Mas pela sua proximidade, atrevo-me a dizer que o vulcão do Pico, deveria ser a "Meca" dos portugueses, eu sei que até agora tem sido a Serra da Estrela a desempenhar este papel de local onde nos sentimos obrigados a ir, pelo simbolismo de ser a maior montanha de Portugal Continental. Não pretendo retirar o estatuto consagrado desta bonita zona, que merece naturalmente uma ou muitas visitas, apenas lanço o desafio, para que o vulcão do Pico, passe também a ter um estatuto especial neste nosso canto e apenas porque vale mesmo a pena...

Mas esta missão de vida, só se completa se subirmos efectivamente o vulcão até ao topo, para isso é necessário uma razoável preparação física, água, alimentos pequenos e calóricos, casacos, cobertores e obrigatoriamente um guia que conheça os trilhos certos, para nos ajudar numa caminhada por vezes escalada, de cerca de 3h30m. Aconselho também a fazer a subida de madrugada, com o objectivo de ver o nascer do sol já no topo do vulcão.

Uma vez no topo, sentimos que em Portugal há sítios que nos permitem saborear uma dimensão de nós próprios diferente.

Ainda não é a Meca dos portugueses, mas vai ser.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O segredo australiano - Lord Howe island


Frequentemente considerada a mais bonita ilha do pacífico, Lord Howe, é a ilha mais próxima de Sidney, ficando a cerca de 2 horas de avião. Verdadeiro paraíso natural, a ilha tem alguns hotéis que recebem turistas durante todo o ano. Mas como o número de visitantes é restrito, Lord Howe apresenta-se como um verdadeiro local de paz e tranquilidade. As suas praias são praticamente desertas e a água do mar dá a sensação de estarmos a tomar banho num aquário. Perfeita para a prática de mergulho, uns dias nesta ilha, são sem dúvida sinónimo de refúgio da realidade. É a verdadeira ilha de postal, pena ser tão longe... 







Alguns hotéis da ilha:

http://www.lordhoweisland.info/capella/

http://www.lordhoweisland.info/arajilla/index.htm

http://www.pinetrees.com.au/